Importações de fertilizantes crescem 6,3% no MS

O agronegócio de Mato Grosso do Sul importou – entre janeiro e setembro deste ano – 1,08 milhão de toneladas de fertilizantes. Este número é 6,3% superior ao quantitativo do mesmo período referente ao ano anterior, que foi de 1,01 milhão de toneladas.

Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), pertencente ao Ministério da Economia. Para Renata Farias, economista da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), o Estado importou uma grande quantidade em 2022, devido aumento estimado de área e produção na soja e no milho.

No caso da soja, a área plantada foi de 3,8 milhões de hectares, registrando crescimento de 2,5%. A estimativa é de uma produção de 12,3 milhões de toneladas. Já o milho teve área plantada de 1,9 milhão de hectares e gerou a segunda maior produção da história, com 11,2 milhões de toneladas.

Em nível nacional, segundo estatísticas da Secex, no acumulado até o mês de setembro, o volume de importação de fertilizantes foi de 30,47 milhões de toneladas. Este volume é 4,7% superior ao número do ano anterior, que foi de 29,11 milhões de toneladas. O Canadá aproveitou bem a guerra no leste europeu e supriu a lacuna deixada pelos países em guerra.

Nos dois casos, o de Mato Grosso do Sul e o do Brasil em geral, os números mostram que a guerra entre Rússia e Ucrânia não afetaram as importações feitas pelo Brasil. O relatório Radar Agro do Banco Itaú mostra – ainda – que o volume de importação de fertilizantes atingiu o total de 27,9 milhões de toneladas, ou seja, 3,8% acima do acumulado do mesmo período de 2021.

De acordo com o Radar Agro do Banco Itaú, como as indústrias adiantaram as compras a partir do início do conflito entre Rússia e Ucrânia e os produtos chegaram dentro da normalidade, a quantidade mensal importada foi maior nos meses de abril a julho, comparada com o mesmo período de 2021.

Com isso, segundo o relatório, a disponibilidade dos fertilizantes nos portos aumentou e os volumes negociados diminuíram nos meses subsequentes – no caso, agosto e setembro -, principalmente porque foram registradas chegadas em níveis menores se comparadas com as importações referentes aos mesmos meses de 2021.

O Radar Agro do Banco Itaú aponta, também, que a estratégia de antecipação das compras somada à diminuição da demanda interna podem ter contribuído para o aumento dos estoques dos produtos nos portos. As cotações internacionais dos produtos registraram máximas próximas das históricas nos meses de março e abril desse ano, o que contribuiu para o atraso das compras por parte do mercado interno, mesmo num cenário de alto fluxo de chegada dos produtos.

Nos últimos meses, os preços das principais matérias-primas retornaram aos níveis pré-guerra. Entretanto, ainda seguem acima da média histórica, fator que prejudica a retomada da demanda. Desse modo, a projeção da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) projeta uma queda de 5% a 7% nas entregas domésticas do produto – fator que pode causar um estoque de passagem maior para o Brasil em relação ao que se esperava no início do ano.

 

 

secex

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