Envolvidos envolvidos no desvio de R$ 300 milhões na Lama Asfáltica são exonerados

Oito anos e meio depois da deflagração da operação Lama Asfáltica, que teve como resultado a prisão do ex-governador André Puccinelli, o Governo do Estado demitiu nesta sexta-feira (9),  a bem do serviço público, o ex-deputado estadual o então fiscal de obras Wilson Roberto Mariano de Oliveira, e outros fiscais de obras.

Beto Mariano, como é conhecido, assim como os outros demitidos, trabalhava na Agesul e foi apontado como um dos principais responsáveis por supostas fraudes em licitações em contratos milionários para construção de rodovias. Antes de ser deputado, Beto Mariano foi prefeito de Paranaíba, município na região nordeste do Estado, na divisa com Minas Gerais.

A resolução desta sexta-feira, assinada pelo Controlador-Geral do Estado, Carlos Eduardo Girão de Arruda, explica que Beto Mariano já havia sido demitido por conta de outros processos administrativos. A primeira delas ocorreu em 2020, mas ele conseguiu reverter a decisão na Justiça. Depois, em julho do ano passado, voltou a ser exonerado por conta das investigações do Ministério Público Federal.

Mesmo assim, a administração estadual aplicou novamente a penalidade de DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇO PÚBLICO por causa de condutas inadequadas e por infringir uma série de legislações estaduais.

A mesma edição do diário oficial também trouxe a demissão de Átila Garcia Gomes Tiago e de Maxwel Thomé Gomez, que também eram fiscais de obras da Agesul e que teriam participado das fraudes descobertas pela Polícia Federal.

Beto Mariano e familiares chegaram a ser condenados em primeira instância por enriquecimento ilícito e improbidade administrativa porque não conseguiram comprovar a origem de R$ 2,9 milhões investidos na compra de duas fazendas, lotes  em condomínio de luxo, um apartamento e dinheiro em conta bancária.

Além disso, foi condenado por danos morais e por isso a família teria de pagar R$ 19,5 milhões aos cofres públicos. Mas, a sentença acabou sendo anulada posteriormente pelos desembargadores Sérgio Martins, Marcos José de Brito Rodrigues, Divoncir Schreiner Maran e Geraldo de Almeida Santiago.

Em 2018, Beto Mariano, considerado “braço direito” do então secretário de obras Edson Giroto, chegou a ficar preso durante quase um ano sob acusação de feita pela Polícia Federal de integrar uma organização criminosa da qual também faziam parte o ex-deputado federal Edson Giroto, o empreiteiro, João Amorim, e o ex-governador André Puccinelli (MDB)

Eles teriam desviado mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos. E, assim como o ex-deputado, os outros envolvidos também chegaram a ficar detidos durante meses no Centro de Triagem do complexo penitenciário de Campo Grande. O ex-governador ficou  detido durante cinco meses.

Mas, assim como no caso de Beto Mariano, praticamente todas condenações relativas aos demais acusados da Lama Asfáltica também acabaram sendo anuladas porque o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira ,responsável pelo caso, foi considerado parcial.  Em junho de 2022 uma nova juíza assumiu o caso e parte das denúncias voltou a tramitar.

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