Presidente Lula, Riedel e Marina Silva sobrevoam pantanal em chamas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que ficou emocionado ao sobrevoar e ver o Pantanal ser atingido pelas chamas e o trabalho dos brigadistas em Corumbá nesta quarta-feira (31). O petista sancionou a lei que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo e afirma que é um marco no combate a incêndios florestais no País.

Acompanhado do governador Eduardo Riedel (PSDB) e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), Lula destacou em seu discurso a união entre município, Governo do Estado e Governo Federal no enfrentamento às chamas. O presidente fez questão de reconhecer e prestigiar o trabalho “extraordinário” realizado pelos brigadistas.

“Eu fiquei emocionado hoje, em cima de um helicóptero, vendo o fogo pegando e os brigadistas tentando apagar o fogo. E vendo o trabalho unitário que está sendo feito entre os entes federados”, discursou Lula. “No avião, vim conversando com a Marina, tanto ela como eu ficamos com os olhos marejados, de ver o esforço do pessoal lá embaixo”.

“Muitas vezes, a gente lá do nosso gabinete em Brasília não tem dimensão, não tem noção, do que é um brigadista. Uma missão nobre de apagar o fogo que às vezes a natureza trouxe ou que o homem trouxe. Hoje é um dia inesquecível para mim e para a Marina”, completou o presidente.

Antes do discurso, Lula sancionou a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que ele classificou como marco no combate aos incêndios no País.

“Primeiro porque a gente está reconhecendo o trabalho extraordinário que vocês [brigadistas] fazem. Depois, é um projeto que foi feito por vocês na sua grande maioria. Terceiro, porque o Brasil vai sediar a COP 30 aqui, no ano que vem, na cidade de Belém (PA), e vai ser a primeira vez que a gente vai trazer o mundo para a gente dizer o que a gente vai fazer com o nosso País, porque o mundo dá muito palpite sobre o Brasil” explicou o petista.

“Todo mundo se mete a cuidar do Brasil, quando nós, na verdade, é que sabemos cuidar do Brasil. Os nossos indígenas é que sabem cuidar desse país, os nossos quilombolas é que sabem cuidar desse país, e o nosso povo trabalhador. Portanto, esse dia de hoje é muito especial”, prosseguiu o presidente.

A ministra Marina Silva reforçou o trabalho unificado das diversas esferas do poder público no combate aos incêndios no Pantanal. “O fogo não é federal, não é estadual, não é municipal. O fogo é algo que deve ser combatido e manejado adequadamente”, defendeu.

Levantamento até o dia 28 de julho aponta que houve cerca de 82 focos de incêndio, sendo que 45 incêndios já foram extintos, 36 estão em processo de combate, destes 20 foram controlados. Cerca de 890 profissionais fazem esse combate, 491 das forças armadas, 331 Ibama e ICMBio, 38 da Força Nacional de Segurança, e 10 da Polícia Federal.

São utilizadas 15 aeronaves do governo federal, 5 aviões e 3 helicópteros do Ibama/ICMBio, 1 avião e 6 helicópteros das forças armadas, entre os quais o KC-390, que tem capacidade de despejar 12 mil litros de água sobre área em chamas de uma só vez.

Marina lembrou que a seca extrema no Pantanal já é resultado das mudanças climáticas e do desmatamento.

“Essa química perversa faz com que a gente visse as cenas que nós vimos ainda há pouco, e o senhor [Lula] ficou bastante comovido e o esforço hercúleo dos nossos brigadistas na linha de frente junto com o corpo de bombeiros, com a Marinha, e com os nossos servidores e servidores que fazem esse trabalho”, disse a ministra.

No dia 12 de julho, o presidente Lula editou medida provisória com crédito extraordinário de R$ 137 milhões para a Operação Pantanal, que se somam a outros R$ 100 milhões liberados no mês de junho.

O governador Eduardo Riedel informou que o desastre poderia ter sido pior se as medidas de combate ao fogo não fossem antecipadas. Dos 12 milhões de hectares do Pantanal Sul mato-grossense, três  milhões e meio de hectares foram queimados em 2020. Neste ano, as áreas atingidas chegam perto de um milhão de hectares.

“Não fosse a intervenção desses recursos, das forças armadas brasileiras, e dos brigadistas lá embaixo, de frente para o fogo no combate direto, nós certamente não estaríamos com um milhão de hectares, mas, seguramente, o dobro disso e caminhando para ser um desastre pior do que do ano de 2020”, afirmou Riedel.

 

 

 

gov/ms

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