Nos primeiros 15 dias de agosto de 2024, Mato Grosso do Sul enfrentou uma considerável disparidade na distribuição das chuvas, conforme apontam dados obtidos a partir de três fontes meteorológicas distintas. A análise revelou que, dos 45 municípios monitorados, apenas quatro, todos da região do Pantanal, registraram índices pluviométricos acima da média histórica esperada para o mês, enquanto outros 40 apresentaram precipitações significativamente abaixo do esperado.
As chuvas registradas no estado se concentraram principalmente nas regiões central, leste e noroeste, com acumulados que variaram entre 15 e 40 mm. Esses volumes ainda estão longe de atingir a média histórica esperada para o mês em muitas localidades. As regiões sudoeste e sul apresentaram precipitações ainda mais reduzidas, com acumulados entre 5 e 15 mm, enquanto as regiões norte e nordeste, tradicionalmente mais secas, mal ultrapassaram os 5 mm.
Esse padrão de distribuição de chuvas pode ser atribuído a um conjunto de fatores meteorológicos, incluindo o transporte de calor e umidade vindos do norte do país e a atuação de frentes frias que, embora intensas, não foram suficientes para abranger todo o estado de maneira uniforme.
Aquidauana, localizada na região pantaneira, destacou-se como o município com maior volume de precipitação acumulada no período, registrando 55,6 mm de chuva, o que representa 97% acima da média histórica para o mês. Este volume foi influenciado significativamente pelo avanço de uma intensa frente fria entre os dias 8 e 10 de agosto, que trouxe consigo uma umidade adicional e provocou chuvas concentradas.
Além de Aquidauana, outros três municípios registraram precipitações acima do esperado para o mês: Dois Irmãos do Buriti, com 49,6 mm (76% acima do esperado), Corumbá, com 48,6 mm (81% acima da média histórica), e Nhumirim/Nhecolândia, que registrou 24,7 mm (43% acima do esperado).
Esses dados refletem a complexidade do clima na região pantaneira, onde as variações pluviométricas podem ter impactos significativos na biodiversidade, nas atividades econômicas e na rotina da população local, que vem sendo afetada diretamente pelos incêndios no Pataneiro.
Dados sobre a precipitação acumulada em diferentes pontos de Campo Grande entre os dias 1º e 15 de agosto de 2024, comparados à média histórica esperada para o mês também apontam uma redução de chuva. Os registros mostram que o maior volume de chuva foi observado na estação meteorológica da UFMS, com 45,6 mm, o que corresponde exatamente à média histórica para o período, resultando em um desvio de 0%.
Em outros pontos da cidade, os volumes de chuva foram ligeiramente menores. Na Vila Santa Luzia, o acumulado foi de 42,2 mm, representando 7% abaixo da média histórica de 45,5 mm. No Jardim Panamá, a precipitação acumulada foi de 41,0 mm, o que equivale a 10% abaixo do esperado. Já na estação da Embrapa, o volume registrado foi de 32,4 mm, representando uma redução de 29% em relação à média histórica. Por fim, a UPA Aparecida Gonçalves registrou 31,8 mm, 30% abaixo do esperado para o período.
cgnw