Federação de vôlei de MS terá disputa na presidência após décadas de hegemonia

A Federação de Vôlei de Mato Grosso do Sul pode repetir a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e trocar o comando, após mais de 20 anos de hegemonia de um mesmo grupo. Francisco Cezário foi afastado por operação policial e José Amâncio da Mota, conhecido como Madrugada, pode perder no voto.

Tudo dependerá do voto, que não passará pela vontade dos atletas. Pelo regimento da federação, apenas os clubes e representantes de atletas terão direito a voto na eleição que tem duas chapas inscritas. Neste caso, os atletas terão que procurar seus clubes para sugerir voto, seja na continuidade da gestão atual ou na oposição.

A chapa “Voleibol ainda com mais força” terá como presidente Gabriel Braite, que hoje é vice-presidente da federação, e como vice o próprio Madrugada, que hoje é o presidente. A chapa adversária, “Avança voleibol de MS”, tem Wilson Anderson de Almeida, o professor Nando,  como presidente, e Daniel Alves de Souzas como vice-presidente.

Madrugada está há mais de 20 anos no comando da federação de voleibol, mas para este quadriênio, de 2025 a 2029, está proibido pela Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), que estabelece que presidentes de federações esportivas devem cumprir no máximo dois mandatos consecutivos, com possibilidade de uma reeleição, limitando a permanência no cargo a oito anos.

Embora enfrente descontentamento de grande parte de atletas, seja pela falta de torneios ou de incentivo ao voleibol, Madrugada comanda a federação há mais de 20 anos. No voleibol de praia, a reclamação é constante pela baixa premiação nas competições, em muitos casos, menores que a de torneios amadores.

Na maioria dos casos, o valor da inscrição paga pelos atletas é dada como premiação e a federação usa o dinheiro de investimentos da Fundesporte e federações de municípios para pagar arbitragem e estrutura. Isso quando não convencem prefeituras a financiarem esta parte, levando o torneio para o interior. Devido ao alto custo, esses municípios geralmente não têm interesse.

No voleibol de quadra a reclamação é de redução de torneios e falta de incentivo a categorias de base. No ano passado, por exemplo, havia promessa de realização dos Jogos Abertos de Mato Grosso do Sul, mas a federação não realizou e, mais que isso. Em Campo Grande, por exemplo, não realizou etapa da Liga MS e usou os Jogos Abertos, que nem são realizados pela federação, para representar a Capital na fase regional. Com isso, realizou apenas a Copa Pantanal na modalidade adulto e master.

Na categoria master, inclusive, a federação só realiza um torneio por ano, enquanto a Escolinha do Pezão, por exemplo, fez vários torneios, com participação, inclusive, de times do interior do estado.

A reportagem tentou contato com Madrugada, mas não conseguiu retorno. Já o adversário, Nando, disse que tem a proposta de descentralizar o voleibol, porque 90% dos torneios são em Campo Grande e quem é do interior tem gastos com estrutura. O objetivo é fazer parceria com prefeituras associadas para realizarem torneios no interior. Também está no projeto o apoio a torneios que não são ligados a federação, como a Copa Conesul e Copa da Integração.

Na categoria de base, o professor destaca a possiblidade de parceria com as universidades para que o treinamentos das seleções, que seriam um campo de estágio para os acadêmicos, oferecendo nutricionista, psicólogos, fisioterapeutas, comunicação e marketing, entre outras. No vôlei de praia, a proposta é fazer parceria com prefeituras e buscar patrocínio para melhorar a premiação.

“Não tenho nada para falar de mal do professor Madrugada. É um bom gestor, uma pessoa honesta, mas no meu ponto de vista já contribuiu para o voleibol de Mato Grosso do Sul, o esporte em geral, porque já foi presidente da Funesp.  Acho que entra em uma zona de conforto e tem que abrir espaço para outras pessoas e outras modalidades”, declarou Nando.

O espaço segue aberto para a chapa montada por Gabriel Braite e Madrugada. Além dos dois, já conhecidos pelas décadas no comando, a chapa tem André Chita como segundo vice-presidente. Ele atualmente é chefe de gabinete da Fudesporte, uma das maiores patrocinadoras da categoria no Estado.

Quem vota?

A eleição acontece no dia 29 de abril de 2025, na sede da FETEMS, que fica na rua 26 de agosto, 2296 – Bairro Amambai em Campo Grande – MS.

Os clubes, associações e comissões com direito a votos em conformidade com o estatuto da FVMS:

• Águia Negra Rio Brilhante

• Associação das Áreas de Lazer dos Militares da Aeronáutica de Campo Grande Campo Grande • Associação Atlética Escolinha do Leomar Campo Grande

• Associação Atlética Escolinha do Pezão Campo Grande • Associação Esportiva MS de Voleibol de Praia e Quadra Campo Grande

• Associação Calvoso de Voleibol Ponta Porã

•Associação Esportiva Campo Grande Vôlei Campo Grande

• A PAZ Três Lagoas • APM EE Dollor de Andrade Campo Grande

• Bonito Atlético Clube Bonito • Círculo Militar de Campo Grande Campo Grande • Escola SESI Campo Grande

• EVB Nova Andradina Nova Andradina

• Prefeitura Municipal Coxim Coxim

• Sociedade Esportiva Unitrês Três Lagos

• Skill Sports Dourados

• Comissão de Atletas de Voleibol de Quadra Campo Grande Comissão de Atletas de Vôlei de Praia Campo Grande

Chapas inscritas:

• “ VOLEIBOL AINDA COM MAIS FORÇA ”

Presidente: Gabriel Braite

1º. Vice-Presidente: José Eduardo Amâncio da Mota

2º. Vice-Presidente: André Chita do Espírito Santo

Conselho Fical – Titular: Alvadi Brasil de Lima, Luiz Claudi Hugueney de Faria  e Júlio Cesar Victoriano.

Suplentes: Sueli Cano de Oliveira, Carlos Alberto Cavalcante, Alceu Wanderlei Lancine

“ AVANÇA VOLEIBOL DE MS “

Presidente: Wilson Anderson de Almeida

1º. Vice-Presidente: Daniel Alves de Souza

2º. Vice-Presidente: Valsuir Saliba

Conselho Fiscal – Titular:Weverton Soares, Munhões Anderson Marcelo Sarate Silva, Gabriel Augusto Afonso Cantero

– Suplentes: Jeniffer Costa de Mello, Ivânia da Silva e Flavio Alves da Nobrega

 

 

ims

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