Federais do MS devem acompanhar Riedel e Azambuja em trocas partidárias

A possível saída do governador Eduardo Riedel do PSDB, além de provocar a “revoada” dos 44 prefeitos do ninho tucano em Mato Grosso do Sul, também terá o mesmo efeito entre os três deputados federais da legenda.

Os deputados federais,  Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende,  deixaram claro que acompanharão Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, com relação à troca partidária.

Apesar de as duas principais lideranças tucanas em Mato Grosso do Sul não admitirem, a fusão do PSDB com o Podemos não resolverá a situação da legenda, que continuará sem força política nacionalmente, algo compartilhado pelos demais parlamentares e prefeitos da sigla no Estado.

Outro agravante é que, mesmo após a fusão, o partido não terá um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, atrativo para bancar as eleições gerais do próximo ano, situação que deixa os candidatos a deputado estadual e federal apreensivos.

A tábua de salvação dos tucanos era que, após a fusão com o Podemos, o novo partido formasse uma federação com o Republicanos, entretanto, esse cenário perdeu força, uma vez que o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, já descartou tal possibilidade.

REPERCUSSÃO
O deputado federal Beto Pereira disse ao Correio do Estado que, por enquanto, vai continuar no PSDB depois da fusão com o Podemos.

“Vou ficar, até porque não haverá janela para parlamentares neste momento. Mas, quanto ao futuro, minha decisão será de total alinhamento com o ex-governador Reinaldo Azambuja e com o governador Eduardo Riedel”, avisou.

Já o deputado federal Dagoberto Nogueira também pretende ficar no ninho tucano após a fusão com o Podemos, mas, assim como Beto Pereira, seguirá o caminho que Riedel e Azambuja definirem.

“Minha esperança era de que fosse formada uma federação com o Republicanos, não sabia que a possibilidade tinha sido descartada pelo deputado federal Marcos Pereira”, declarou.

Para o deputado federal Geraldo Resende, a medida mais correta após a fusão do PSDB com o Podemos é que seja discutido o futuro dos tucanos de Mato Grosso do Sul em grupo, incluindo prefeitos, vereadores e deputados estaduais.

“Primeiro, temos de discutir essa questão dentro do partido, para que a democracia prevaleça. Porém, estamos fechados com nosso governador e nosso ex-governador em 100%”, disse.

REDUÇÃO
A verdade é que a recém-anunciada federação de União Brasil e PP e a fusão de PSDB e Podemos impulsionam um movimento iniciado há alguns anos e que resultou no corte de 30% do número de forças partidárias existentes.

O Brasil alcançou 35 legendas distintas em 2015, conta que deve baixar a 24 agremiações com a concretização das novas uniões – o enxugamento será mais acentuado no Congresso Nacional, que, em 2019, tinha 30 siglas representadas e, agora, poderá encolher quase à metade, 16.

No caso da fusão entre PSDB e Podemos, há a expectativa de a nova legenda firmar em breve uma federação com o Solidariedade.

Embora já tenham sido acertadas entre as cúpulas partidárias, tanto a federação União Brasil-PP como a fusão PSDB-Podemos precisam ainda cumprir algumas etapas formais, como aprovação de novo estatuto e programa em reunião conjunta, além de obterem o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por sacramentar as uniões.

Como a cláusula de barreira em 2026 será mais dura e chegará ao seu ápice em 2030, a tendência é tanto de formação de novas federações como de desaparecimento de siglas menores e nanicas.

A não ser que o Congresso reveja as regras, pleito que sempre esteve presente em alas da Câmara e do Senado e que, vez ou outra, volta a integrar as minirreformas políticas e eleitorais que tradicionalmente são feitas pelos parlamentares.

 

 

 

 

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