A produção global de alimentos aquáticos cultivados superou pela primeira vez na história a captura de peixes selvagens, segundo um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). A conquista ocorre, no entanto, em meio a um cenário preocupante: o aumento contínuo da pesca predatória e a diminuição de estoques pesqueiros manejados de forma sustentável. Os dados fazem parte do estudo “O Estado Mundial da Pesca e Aquicultura”.
Segundo o documento, a produção total de pescados e aquicultura atingiu o recorde de 223 milhões de toneladas métricas, com valor estimado em US$ 472 bilhões. O crescimento foi impulsionado principalmente pela aquicultura, que agora responde por 51% da produção global de animais aquáticos.
O relatório também aponta que 63% dos produtos aquáticos cultivados vêm de águas continentais, enquanto 37% são provenientes de áreas marinhas e costeiras. No entanto, a FAO alerta que o manejo de estoques pesqueiros selvagens sustentáveis ainda está longe do ideal, colocando em risco o equilíbrio ambiental.
Outro dado relevante é a participação feminina no setor: as mulheres representam 24% dos trabalhadores da pesca e aquicultura, um aumento de 3% em relação a 2022, além de constituírem 62% da força de trabalho no processamento de pescados. A Ásia mantém sua liderança global, concentrando mais de 70% da produção de animais aquáticos e 90% da aquicultura.
Fonte: FAO