Em Fátima do Sul (MS), a festa chegou antes da saúde. A prefeitura decidiu pagar R$ 300 mil para um show da dupla sertaneja Gino & Geno, enquanto casos de dengue aumentam na cidade e árvores nativas foram cortadas em plena Semana do Meio Ambiente.
O show faz parte do evento Fátima Fest 2025, tradicional na cidade e gratuito para a população. Mas o que chamou atenção foi o momento da contratação: com a cidade enfrentando problemas de saúde e críticas nas redes sociais, a festa virou alvo de questionamentos.
A contratação foi feita sem licitação, por um processo chamado inexigibilidade, que é permitido por lei para artistas famosos. O documento foi assinado pelo prefeito Wagner Roberto Ponciano, conhecido como Wagner da Garagem, e está registrado como Processo nº 084/2025. A empresa contratada foi a WM Shows Ltda.
Publicação do Diário Oficial de Fátima do Sul, datada de 5 de maio de 2025, confirma a contratação da dupla Gino & Geno por R$ 300 mil, sem licitação, para apresentação no Fátima Fest. O contrato foi assinado pelo prefeito Wagner Roberto Ponciano, conhecido como Wagner da Garagem.
Caso parecido em Mato Grosso terminou na Justiça – Situação parecida aconteceu em Gaúcha do Norte (MT). Em 2024, a prefeitura daquela cidade contratou o cantor Leonardo por R$ 750 mil. A Justiça entendeu que o valor estava alto demais e mandou anular o contrato.
A empresa responsável pelo show teve que devolver R$ 300 mil aos cofres públicos. O ex-prefeito também virou alvo de investigação. Segundo o Ministério Público, o valor pago estava muito acima da média de mercado. Em cidades do mesmo tamanho, Leonardo já cobrou entre R$ 380 mil e R$ 550 mil.
actc