Cachoeira do Peixe volta a ter fluxo hídrico após ação emergencial de conservação

A Cachoeira do Peixe, uma das mais importantes do Mato Grosso do Sul, teve seu fluxo hídrico restabelecido em tempo recorde após uma série de ações emergenciais realizadas em dezembro de 2024. O projeto de recuperação ambiental foi conduzido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com apoio do programa socioambiental ADM Cares, e mobilizou uma ampla rede de parceiros, incluindo produtores rurais, agentes públicos e a Polícia Militar Ambiental.

Localizada no município de Rio Negro (MS), a cachoeira, que possui 70 metros de queda, sofreu com a redução do fluxo de água devido a fatores climáticos extremos e impactos antrópicos registrados no último ano. Para solucionar o problema, as equipes do IHP realizaram visitas técnicas e um plano de ação que incluiu a desobstrução de trechos do rio e a correção do solo em uma área de 40 hectares na região da nascente.

Cachoeira do Peixe (MS)

O trabalho emergencial não apenas restaurou o fluxo da cachoeira, mas também garantiu a saúde do rio do Peixe, um dos afluentes da Bacia do Rio Negro. “Desde dezembro de 2024 vem sendo feita a correção de solo. São aproximadamente 40 hectares que estão sendo trabalhados. Ainda temos plantio de mudas e recuperação de áreas de matas ciliares. São diversas instituições envolvidas e o benefício é para o meio ambiente, para o Pantanal”, explica Sérgio Barreto, biólogo e analista do IHP.

Impactos das mudanças climáticas e a necessidade de conservação

O período de seca extrema registrado em 2024, aliado ao aumento da temperatura, trouxe impactos significativos para os rios da região Centro-Oeste. Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) apontam que a disponibilidade hídrica pode cair até 40% até 2040, o que agrava o risco de escassez de água e afeta ecossistemas como o Pantanal.

Diego Di Martino, diretor de sustentabilidade da ADM para América Latina, destaca a importância da parceria com o IHP para enfrentar esses desafios. “Estamos vivendo um período de mudanças climáticas com consequências extremas que afetam o equilíbrio dos nossos biomas. Por meio da colaboração com implementadores reconhecidos pela sua idoneidade, garantimos nossa atuação contínua para mitigarmos os impactos à natureza, além de contribuirmos de forma efetiva no processo de desenvolvimento da conscientização e apoio às comunidades locais”, afirma.

A Cachoeira do Peixe não tem apenas valor paisagístico e turístico, mas também desempenha um papel fundamental na reprodução de peixes e na manutenção do ecossistema do Pantanal. Sua nascente está localizada no planalto da Bacia do Alto Paraguai, que abriga os principais rios que desaguam no bioma pantaneiro.

Nascente Rio do Peixe. (Foto: IHP)Nascente Rio do Peixe. (Foto: IHP)

Monitoramento contínuo e planejamento a longo prazo 

O trabalho de recuperação da cachoeira faz parte de um esforço maior de conservação das nascentes do Pantanal, que inclui rios como Aquidauana, Miranda e outros afluentes do rio Paraguai. O programa ADM Cares tem sido parceiro do projeto Cabeceiras do Pantanal, permitindo investimentos em equipamentos, logística e ações de reflorestamento.

Di Martino reforça que iniciativas como essa precisam de apoio contínuo para garantir resultados duradouros. “O apoio imediato e perene às ações de monitoramento ambiental e diagnóstico são essenciais para a identificação das áreas de maior fragilidade ambiental e para que tenhamos condições de agir de forma rápida e assertiva. Quando protegemos a natureza e os habitats, não estamos apenas salvaguardando a biodiversidade, mas também apoiando os meios de vida das comunidades locais que dependem desses ecossistemas”, finaliza.

A recuperação da Cachoeira do Peixe demonstra a importância da atuação conjunta entre sociedade civil, empresas e poder público na preservação ambiental, garantindo não apenas a proteção da biodiversidade, mas também o bem-estar das populações que dependem dos recursos naturais da região.

 

 

 

Fonte: IHP

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