Mato Grosso do Sul enfrenta, em 2024, a maior seca já registrada no estado, que também impacta 59% do território brasileiro. Segundo uma Nota Técnica divulgada pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o fenômeno, iniciado em 2023, continua devido aos baixos índices de chuvas no país, afetando cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados.
A seca tem gerado desastres ambientais de grande magnitude, como os incêndios que devastaram mais de 2 milhões de hectares de vegetação em Mato Grosso do Sul até dezembro, conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). A análise do Cemaden, baseada nos últimos 75 anos, aponta que os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal enfrentam sua pior seca desde 1950.
No Pantanal, a seca severa, iniciada em 2019, compromete os ciclos sazonais de inundação e vazante, essenciais para a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. A falta de chuvas, somada às altas temperaturas e aos níveis críticos dos rios, tem agravado a escassez hídrica e aumentado a vulnerabilidade ambiental, criando condições propícias para incêndios florestais de grandes proporções.
A situação dos rios é alarmante. O Rio Paraguai, por exemplo, atingiu níveis historicamente baixos em 2024. Em Ladário, o nível chegou a -69 cm em outubro, superando o recorde anterior de -62 cm registrado em 1964. Em Porto Murtinho, o nível do rio caiu para apenas 53 cm no mesmo mês, comprometendo o transporte fluvial e dificultando o escoamento de produtos estratégicos, como soja e minerais.
Além disso, entre agosto e novembro de 2023, o Brasil enfrentou seis ondas de calor intensas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O Pantanal foi uma das regiões mais impactadas, e a combinação de altas temperaturas e seca contribuiu para a propagação de incêndios de grandes dimensões, intensificando os danos aos recursos hídricos, à agricultura e à biodiversidade.
Fonte: Inmet